domingo, 20 de janeiro de 2013


  • 20 DE JANEIRO OU QUANDO AS PEDRAS QUASE CHORARAM
       Na I República, quando o país viva sob a égide da ditadura do Partido único e a sociedade cabo-verdiana estava sequestrada pelo PAIGC/PAICV, o jurista Baltasar Lopes da Siva foi contactado por Manuel Duarte (segundo Juiz Presidente do Conselho Nacional de Justiça da I República e que viria a ser um dos membros da Comissão de Juristas que redigiu a Constituição cabo-verdiana de 20 de Janeiro de 1981) para fazer parte de um grupo que redigiria a Constituição de Cabo Verde. Encontrando-se os dois, Baltasar Lopes foi confrontado com a ideia de se colocar a pena de morte na Constituição de Cabo Verde. Ao que Baltasar Lopes respondeu dizendo:
           Até as pedras chorariam se fizessem isso ao povo de Cabo Verde.
    .
            Por esta e por outras razões é que o Egrégio Baltasar Lopes da Silva foi uma espécie de paria durante a I República, durante a ditadura em cuja data em (i) que renovou a a ditadura em Cabo Verde e (ii) se matou Amílcar Cabral, um dos lutadores pela dignidade humana do cabo-verdiano, se chama de “dia dos heróis nacionais”. Este dia é um dia nefasto para Cabo Verde, e bom será que se saiba o que se comemora e porque se comemora. E Baltasar Lopes da Silva só não foi preso sabe lá Deus (e os Iluministas subjectivos que assaltaram e sequestraram Cabo Verde em 5 de Julho de 1975, e que renovariam tal ditadura com a Constituição de 7 de Dezembro de 1980 e 20 de Janeiro de 1981 porque a democracia “não servia” a Cabo Verde). Do demais, falaremos a seu tempo. Mas, no entretanto, bom seria que se consultasse um dicionário e se tivesse consciência do que é ser-se herói...

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